Uma trapalhada eleitoral
A nossa personagem rejeita política e políticos,
no entanto tem dentro de si algo que a faz vibrar quando se aborda o tema. No Cambodja
com a inflamação dos acontecimentos, Linda tem-se sentido, quase em missão.
Quer saber tudo, fala com locais e estrangeiros, pelo menos com aqueles com
quem pode falar. Tenta entender como funciona a política neste lado do mundo.
No passado dia 28 de Julho o povo Khmer votou.
Votou para continuar a ter paz. Mas, começou nas urnas o regresso de
instabilidade, quando houve pessoas a não constar nas listas, outros tinham o
seu nome mais que uma vez; ou pessoas a votar duas vezes e as autoridades a
darem cartões de voto temporários. Tudo vale para o belo do“cacique”. Prometeram-se protestos.
A agitação teve início. Protestos e algumas
pedras atiradas por gente local aos vietnamitas que podem votar. A oposição
estava atenta. O líder do Cambodja tem a fama de ser um fantoche manobrado pelo
Vietname.
Havia tensão no ar, as pessoas estava agitadas e
assustadas.
- A polícia tinha lançado uns tiros para o ar
para parar as reivindicação. Em terra de guerra é o suficiente para o pânico –
comentou Linda.
Phom Pehn aliviou-se de gente e de trânsito. Ficou
uma cidade tranquila, mas por dentro estava em convulsão. As pessoas estavam a
ficar nas suas províncias, onde tinham ido votar. Linda ouviu que o objectivo é
manter o maior número de pessoas fora da cidade.
Jackon o amigo de Linda estava em frenesim.
- Sabes, o meu vizinho disse-me para ir comprar
mantimentos e fechar-me em casa. A minha namorada quer que vá ter com ela à
província. Nem quer voltar sozinha, vai tentar regressar com escolta.
- Oh, outras pessoas disseram-me para me
preparar para ir para Siem Reap. - E outras dizem está tudo bem.
Depois de todas as mensagens, a nossa personagem
perguntou-lhe:
- E o que estás a fazer.
- Estou no mercado a fazer compras, que vou-me
fechar em casa. Faço o que diz o meu vizinho.
E este era o cenário local.
A tensão continua.
O Cambodja tem um líder há 28 anos e, segundo o
que foi escrito em notícias, décadas de autoridade dão à pessoa em causa, poder
sobre as eleições e sobre as instituições chave. A oposição reclama fraude
massiva no processo eleitoral e ameaçou um boicote à porta da Assembleia
Nacional, caso não seja levado a cabo uma investigação independente. A investigação começou. Estados
Unidos, claro, que já tinha declarado o não apoio a este governo e a eleições fraudulentas. Aos USA junta-se a União
Europeia. Já estão ao serviço, numa dita independência.
O povo está num impasse. O Comité Eleitoral Nacional
não revelou ainda os resultados oficiais. O partido no governo reclama a
vitória . Pouco depois das urnas terem fechado, este anunciou ter ganho com 68
lugares a serem ocupados pelo Cambodian
People’s Party (C.P.P.) e 55 pela oposição - Cambodia National Rescue Party (C.N.R.P.)
O Primeiro Ministro opõe-se a qualquer inquérito
não supervisionado pela própria comissão eleitoral e ameaçou redistribuir os
lugares do CPP pelos que CNRP deixar
vagos.
Quem paga é o povo, que de repente, vive tenso e
na incerteza. A oposição já vai na terceira fase de protestos e diz não parar
até que haja uma conclusão.
O potencial de manifestações em massa tem
tendência a crescer. O governo viu-se obrigado a redobrar a segurança na
capital. A Amnistia Internacional apela
às autoridades e aos líderes políticos
para prevenir a violência.
"As autoridades do Cambodja e de outros
dirigentes políticos no país devem garantir que a tensão pós-eleitoral não expluda em violência. Muitos cambojanos quiseram mudança - os líderes políticos
devem fazer tudo para garantir que esta seja alcançada pela via pacífica e com
pleno respeito pelos direitos humanos" disse Isabelle Arradon, a Amnistia
Internacional o Vice-director do Pacífico Asiático.
Diz-se que o povo pediu mudança, e de acordo com
os resultados que saíram nem tudo foi derrota. A oposição tem agora um dizer
nas decisões, os lideres já não estão sozinhos.
No entanto, os partidos não param de se
disputar, se Sam Rainsy – líder do CNRP diz que vai haver nova onda de protestos Hun Sen, do CPP, retalia e diz que o seu partido pode realizar
contra-manifestações.
Mais uma vez, o povo continua à deriva e
intimidado. Do que se diz as pessoas têm cortes na Internet por cabo a certas
horas, a base militar cortou o acesso. O líder actual promete aumentos nos
salários dos funcionários públicos. E mais para o final do ano.
Mesmo quem quer oposição admite que não sabe se
o Rainsy é a melhor opção ou teme pela retaliação. A água ainda agora começou a
ferver. Espera-se que não seja atingido o ponto de ebulição.
- Também já ouvi quem diga que nada muda, seja qual for o nome do partido no governo... e quem está no poder já perpetuou a linha que se segue...
- Também já ouvi quem diga que nada muda, seja qual for o nome do partido no governo... e quem está no poder já perpetuou a linha que se segue...
Tempos agitados na "Khmerland"...
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